sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Polícia afirma que ação na cracolândia foi "isolada"; prefeitura repudia

Mais de 30 pessoas acabaram detidas pelo Denarc; administração municipal declara surpresa com intervenção
Da Redação - 23/01/2014 - 19h14

Na tarde desta quinta-feira (23/1), policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) da Polícia Civil de São Paulo entraram em confronto com moradores da região da Cracolândia. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil paulista, a ação foi “isolada” e os policiais pretendiam, no primeiro momento, apenas prender um traficante local. No entanto, mais de 30 pessoas acabaram detidas e encaminhadas para o distrito policial da região.
Segundo versão da Polícial Civil, a confusão tomou maiores proporções depois que moradores e usuários que estavam no local reagiram à prisão do suposto traficante. Um vídeo produzido por O Estado de S. Paulo flagrou o momento da ação. Diversas viaturas, além de policiais perseguindo e detendo usuários, podem ser vistas nas imagens.
A prefeitura de São Paulo não foi avisada da ocorrência da ação policial e, de acordo com informações publicadas por O Estado de S. Paulo, agentes da secretaria municipal de saúde e de assistência social que trabalham há mais de uma semana no programa "Braços Abertos", voltado para o atendimento de usuários de crack da  região, foram pegos de surpresa e ficaram sob fogo cruzado.
Em nota oficial, a administração municipal declarou repúdio a ação policial "que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química".
O programa municipal “Braços Abertos”, oferece vagas em hotéis da região, refeição três vezes ao dia, cursos profissionalizantes, atendimento em saúde e paga um salário de R$ 15 por dia para moradores e usuários de crack que atuem na varrição e limpeza das ruas das redondezas.
Segundo a prefeitura, agentes municipais trabalham há seis meses para conquistar a confiança e obter a colaboração das pessoas atendidas. "A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa. E expressou essa posição diretamente ao Governo do Estado", diz a nota oficial.
Baseado na política de “redução de danos”, o programa do prefeito Fernando Haddad é pautado pela ausência de ações de repressão, e tenta incluir as pessoas no projeto por meio do convencimento. O projeto já conta com mais de 350 usuários e, até então, era considerado um sucesso pela atual gestão municipal.
fonte: http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68752/Policia+afirma+que+acao+na+cracolandia+foi+isolada+prefeitura+repudia.shtml

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