segunda-feira, 24 de junho de 2013

Nota à imprensa: esclarecimentos sobre investimentos do governo federal para a Copa do Mundo

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Domingo, 23 de junho de 2013 às 16:03
 
A matéria veiculada pelo Portal UOL na manhã deste domingo (23), assinada por Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski, distorce informações, faz relações incorretas e induz o leitor a uma interpretação errada dos fatos. Cabe esclarecer o seguinte:
Não há um centavo do Orçamento da União direcionado à construção ou reforma das arenas para a Copa.
- Há uma linha de empréstimo, via BNDES, com juros e exigência de todas as garantias bancárias, como qualquer outra modalidade de crédito do banco. O teto do valor do empréstimo, para cada arena, é de R$ 400 milhões, estabelecido em 2009, valor que permanece o mesmo até hoje. O BNDES tem taxas de juros específicas para diversas modalidades de obras e projetos. O financiamento das arenas faz parte de uma dessas modalidades.
- Não houve qualquer aporte de recursos do Orçamento da União nos últimos anos para a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília). Portanto, a matéria do UOL está errada. Não há recurso algum do Orçamento da União para a obra de nenhuma das arena, o que inclui o Estádio Nacional Mané Garrincha.
- Isenções fiscais não podem ser consideradas gastos, porque alavancam geração de empregos e desenvolvimento econômico e social, e são destinadas a diversos setores e projetos. Só as obras com as seis arenas concluídas até agora geraram 24.500 empregos diretos, além de milhares de outros indiretos, principalmente na área da construção civil.
- É importante reforçar que todos os investimentos públicos do Governo Federal para a preparação da Copa 2014 são em obras estruturantes que vão melhorar em muito a vida dos moradores das cidades. São obras de mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e infraestrutura turística.
- A realização de megaeventos representa para o país uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestrutura e serviços, melhorando as cidades e a qualidade de vida da população brasileira. Os investimentos fortalecem a imagem do Brasil, de seus produtos no exterior e incrementa o turismo no país, gerando mais empregos e negócios para o povo brasileiro.
Ministério do Esporte
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Marilena Chauí pede que Haddad quebre cartel de empresários de ônibus

Em entrevista professora da USP diz que revogação do aumento da tarifa de ônibus não resolve problema a longo prazo. Filósofa afirma que Haddad errou em demora para dialogar.


São Paulo – A filósofa e professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Marilena Chauí, avalia que a eventual revogação do aumento da tarifa de ônibus, embora importante, não resolverá o problema do transporte público de São Paulo. “Enquanto o prefeito não quebrar o oligopólio dos empresários de ônibus, vamos andar sempre mal das pernas, não vai funcionar, mesmo que no curto prazo ele atenda às exigências do movimento e revogue o aumento da tarifa. No longo prazo o problema não estará resolvido”.

Chauí afirmou que as manifestações pela revogação do aumento das passagens são legítimas e justas

Ela lembrou de quando era secretária municipal de Cultura, na gestão da prefeita Luíza Erundina (1989-93), quando foi elaborado o Projeto de Lei da Tarifa Zero, que pretendia custear o transporte público através de uma reforma tributária muncipal. “Erundina enfrentou a máfia dos ônibus, e uma reação em cadeia provocada pelos grandes empresários da construção civil e dos lojistas. Movimentos contrários dos chamados bairros nobres, como Cidade Jardim, Higienópolis, Moema, pipocaram. Foi uma coisa medonha no nível da sociedade civil, e os empresários de ônibus se mancomunaram com a Cãmara Municipal para impedir a aprovação do projeto.”

Ontem o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, admitiu que os empresários são um grupo difícil de enfrentar. “São um setor atrasado, tanto que foram contra a criação do Bilhete Único. É um setor cartelizado. Hoje é muito difícil retirar um operador do sistema”, avalia.

Chauí afirmou que as manifestações pela revogação do aumento das passagens são legítimas e têm de estar na pauta dos movimentos sociais. “As manifestações não poderiam ser mais justas, significa que a luta pela dignidade do cidadão na luta pela educação, pela saúde, pelo trabalho, na moradia, tem de incluir aquilo que é condição de mobilidade, que é o transporte.”

A professora, que é uma das conselheiras que esteve presente na reunião de ontem (18) do Conselho das Cidades, afirmou que a convocação do Movimento Passe Livre como participantes da reunião pelo prefeito foi democrática, mas ressalta que o prefeito Fernando Haddad (PT) demorou a agir.

“As reações do governador Geraldo Alckmin e do prefeito foram diferentes, embora as duas demoradas. Alckmin reagiu com a polícia e com prisão. E Haddad foi pego de surpresa, demorou na resposta. Mas a atitude do prefeito foi de grandeza política porque ele chamou os movimentos, todas as lideranças, o conselho, o secretariado, para um debate transparente.”

A filósofa ressalta, porém, que o momento atual de mobilização e protestos é importante para a democracia, mas não configura um momento histórico. “Não é momento histórico, é um instante politicamente importantíssimo, no qual a sociedade vem às ruas e manifesta sua vontade e sua opinião. Mas a ação política é efêmera, não tem força organizativa do ponto de vista social e política, não tem uma força de permanência, caráter dos movimentos sociais organizados, de presença organizada em todos os setores da vida democrática.”

Estudante de arquitetura é detido sob suspeita de apedrejar prefeitura

GIBA BERGAMIM JR.
LÉO ARCOVERDE
DE SÃO PAULO


A Polícia Civil prendeu o jovem identificado como Pierre Ramon Alves de Oliveira, 20, que aparece em imagens como um dos integrantes do grupo que destruiu a entrada da Prefeitura de São Paulo durante os protestos contra o aumenta da tarifa na terça-feira (18).
O rapaz é estudante de arquitetura de uma universidade privada. Ele e o pai e filho trabalham na pequena empresa familiar de entregas. A polícia diz que ele não é ligado a nenhum partido político nem ao Movimento Passe Livre e não tem antecedentes criminais.
No Facebook, o jovem diz ser adepto de artes marciais, como Muay Thai e Jiu-Jitsu, das quais ele compartilha páginas oficiais. Fotos na rede social mostram Oliveira abraçado com amigos, pouco antes dos atos de vandalismo na prefeitura.
Por volta das 17h desta quarta-feira, o jovem prestava depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). A polícia confirmou que era ele após ouvir testemunhas e confrontar a foto dele com as que constam na página dele em redes sociais.
Após o depoimento do jovem, a polícia deve pedir a prisão temporária dele por dano a patrimônio público e formação de quadrilha. A Folha, porém, apurou com policiais, que Ramon não era líder do grupo, e apenas acompanhou manifestantes que atacaram a prefeitura.
"O menino é trabalhador. Ajuda o pai em uma empresa familiar. É universitário, não se trata de um criminoso", disse um investigador. O rapaz, que não tem passagem pela polícia, está acompanhado de um advogado. A Folha ainda não acesso a ele.
Joel Silva/Folhapress
Manifestante identificado como Tiago usa grade para quebrar os vidros da prefeitura; polícia está em busca do jovem
Manifestante Pierre Ramon usa grade para quebrar os vidros da prefeitura

Vestido com uma camisa branca, ele usava uma máscara que protege dos efeitos de gás lacrimogêneo no momento do protesto. Porém, ele abaixou a máscara várias vezes, mostrando o rosto. Ramon não foi, porém, o primeiro a atacar a prefeitura. A Folha estava no local no momento do ato e entrevistou alguns dos agressores. Vários jovens começaram a atirar pedras ao mesmo tempo. Ramon usou uma barreira metálica para quebrar vidros da entrada.
O protesto de ontem começou de forma pacífica na praça da Sé, mas um grupo mais exaltado atravessou a grades que faziam o isolamento na frente da prefeitura e atiraram objetos contra os guadas-civis que faziam um cordão na frente do prédio. Ao menos dois guardas ficaram feridos.
Houve ainda pichações ao prédio da prefeitura e bandeiras hasteadas na frente do prédio foram arrancadas. Mais tarde, um grupo de pessoas ainda depredou e saqueou lojas da região central. Até a madrugada, ao menos, 63 pessoas tinham sido detidas.

'Ele achou que era o dia dele', diz delegado sobre jovem que apedrejou Prefeitura de SP

O delegado do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), Antônio de Olim, disse que Pierre Ramon Alves de Oliveira, 20, insuflou os outros manifestantes para que apedrejassem a prefeitura.
"Ele é arrogante. Estava na manifestação, todo fortinho, lutador de jiu-jitsu. Achou que era o dia dele e começou a quebrar tudo", disse Olim. De acordo com o policial, ele machucou guardas após atirar pedras.
Oliveira se entregou num posto de gasolina na marginal Tietê, na região do Pari. Ele estava na área junto com o pai, fazendo uma entrega de máquinas --pai e filho trabalham na pequena empresa familiar de entregas.
Ao se entregar, o jovem tinha manchas de graxa na camisa, consequência do trabalho. Ele decidiu fazer isso depois que policiais foram até a casa de Oliveira e conversaram com a mãe dele.
Desesperada, ela ligou para o filho, que decidiu parar no posto após conversar por telefone com um dos policiais. Pierre Ramon Alves de Oliveira nasceu em Garanhuns (PE). Segundo o advogado dele, Gerson Belani, ele chorou ao depor.
"Eu atirei pedra depois que os guardas jogaram spray de pimenta no rosto das pessoas. Fiquei revoltado", disse Oliveira, segundo seu advogado Gerson Belani.
Segundo o defensor, ele se arrependeu depois que viu a quantidade de jornalistas que fotografavam e filmavam a cena. Ainda não há decisão sobre o pedido de prisão de Oliveira.

Por dentro da 'tropa de choque' dos protestos

Por Bruno Paes Manso em 18/06/2013 na edição 751

A “destruição de bens materiais” pode ser um instrumento poderoso para se fazer política. Essa crença, defendida pelos Black Blocks, espécie de tropa de choque anarquista dos manifestos, ajuda a entender a complexidade do caldo de ideias das últimas passeatas em São Paulo.
Formados por cerca de cem integrantes, os Black Blocks são um entre as dezenas de grupos que participaram nesta semana das passeatas contra o aumento da passagem na capital. Na terça-feira, lideraram as depredações, que foram suspensas na quinta-feira. Ainda engrossam a massa nas passeatas diversos partidos de esquerda e movimentos sociais tradicionais, sindicatos e coletivos pós-modernos. Os últimos são considerados a alma e o motor das manifestações.
Apesar de ainda desconhecida e incompreendida por políticos e policiais militares, essa nova configuração de protestos e grupos sociais organiza manifestações políticas em São Paulo desde o começo da década passada. A popularização das redes sociais, principalmente do Facebook, é reconhecida como um importante catalisador dos protestos gigantescos e impactantes ocorridos neste ano.
“Nós, os anarquistas, não consideramos a destruição de bens materiais como um ato de violência. A violência ocorre contra a pessoa. Destruir um banco que apoia Belo Monte e atinge os índios, por exemplo, é ação de combate à violência”, disse o fotógrafo Vagner Luis (o nome, sugerido por ele, é fictício), integrante dos Black Blocks, que participou das quatro passeatas. Ele explica que, para o grupo, o vandalismo só deve ocorrer como reação às agressões policiais. Nunca antes.
Em São Paulo, a primeira manifestação de peso que marcou a origem das ações dos novos coletivos sociais ocorreu em abril de 2001. Dois mil manifestantes, estudantes e muitos punks entraram em confronto com cerca de 100 policiais militares e transformaram a Avenida Paulista em um campo de batalha. Naquela época, os protestos eram contra o Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca).
Os coletivos ainda eram fortemente inspirados pelos movimentos anticapitalistas, que começaram a ganhar popularidade em 1998 em Gênova, na Itália, no movimento Ação Social dos Povos (AGP). Atingiu Seattle no ano seguinte, nas reuniões da Organização Mundial de Comércio, seguindo para diversos países da Europa. A destruição de símbolos capitalistas, como lanchonetes e lojas de roupas, por jovens mascarados envoltos por nuvens de gás lacrimogêneo, se tornou a imagem desses processos.
Com o tempo, esses grupos passaram também a discutir questões urbanas, relacionadas aos problemas das cidades, tendo o Movimento Passe Livre (MPL), cuja bandeira principal é o transporte coletivo, como um dos principais expoentes.
Polícia despreparada
Em Salvador, na Bahia, ocorreram as primeiras manifestações do MPL contra a passagem de ônibus. Durante dez dias, as ruas foram bloqueadas e os protestos forçaram as autoridades locais a negociar com os manifestantes. “Aprendemos com aquele episódio porque os protestos pararam com conquistas intermediárias, que garantiram meia-entrada a estudantes de pós-graduação, por exemplo. Mas não conseguiram barrar os aumentos. Depois disso, só aceitamos parar com a reversão do aumento”, explica o estudante de Filosofia Marcelo Hotimsky, de 19 anos, do MPL.
Era Kassab. Na capital, o MPL já fez três outras ondas de protestos: em 2006, 2010 e 2011. Nas duas últimas, durante a gestão de Gilberto Kassab, o movimento começou a decolar, mas longe de alcançar o impacto deste ano. Estudantes se mobilizavam na frente da casa do prefeito, o seguiam em eventos públicos e faziam pequenas mobilizações, que não provocavam confrontos.
“Nessa época, o Facebook ainda não havia se popularizado e a ferramenta foi importante para aumentar os simpatizantes. Mas as visitas a escolas, grêmios, centros acadêmicos e ocupações foram decisivos”, diz o estudante de História Caio Martins, também do MPL.
Martins também avalia que a nova geração de manifestantes se habituou a sair às ruas nos últimos dois anos, nas seguidas passeatas na Avenida Paulista, e perderam o temor da polícia. “Nossa geração perdeu o medo de sair às ruas”, resume.
A opção pelo confronto com a PM e o vandalismo teve efeitos práticos, aumentando a visibilidade dos protestos. A resistência e o ímpeto dos manifestantes deixaram policiais e sociedade assustados, em uma cidade acostumada a receber anualmente eventos e passeatas que, segundo os organizadores, levam 4 milhões de pessoas às ruas.
Na quinta-feira (13/6), depois da repercussão negativa do quebra-quebra, os Black Bocks haviam decidido não vandalizar. A Polícia Militar, ainda impactada pelo últimos acontecimentos, acabou apelando para a violência contra os manifestantes e se mostrou despreparada para lidar com tanta novidade. A violência do Estado acabou aumentando o apoio da população à causa do grupo nas ruas.
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‘Somos pinos redondos em quadrados’
Panos no rosto, máscaras de gás, roupas pretas e estética punk. O visual dos Black Blocks é importante para a estratégia antissistema que eles praticam nas passeatas. Conforme escrevem na página do grupo do Facebook, “as roupas e máscaras negras são usadas para dificultar ou mesmo impedir a identificação pelas autoridades. Também têm a finalidade de parecer uma única massa imensa, promovendo solidariedade entre seus participantes e criando uma clara presença revolucionária”.
A página do grupo é ainda ilustrada pela foto de dois jovens destruindo as vidraças da Estação Trianon-Masp do Metrô. Os Black Blocks ainda citam o escritor americano Jack Kerouac para explicar a ideologia do grupo. “Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, Glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os veem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo são as que o mudam.”
Treinamento
Na cidade, os novos integrantes dos Black Blocks recebem cursos preparatórios para participar dos protestos. Eles aprendem de legislações penais a técnicas de primeiros socorros e doutrinação política anarquista. “Estamos crescendo depois das manifestações na capital”, diz.
Após os primeiros quatro protestos contra o aumento da passagem e do endurecimento da polícia, que enquadrou alguns manifestantes por formação de quadrilha, os membros do Black Block decidiram se recolher. “Reagimos de acordo com as ações tomadas pelo sistema.” A popularidade dos anarquistas, porém, nunca esteve tão alta. A página do grupo passou a ser curtida por mais de 12 mil pessoas.
Internacionalmente, ainda existem os chamados pink blocks e white blocks. Os primeiros são considerados os protestos festivos – como Marcha da Maconha e Parada Gay no Brasil. Os segundos são os pacifistas, movimentos inspirados em Martin Luther King e Mahatma Gandhi. Ainda pouco vistos em protestos no Brasil. (B.P.M.)
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Como funcionam as bombas de gás lacrimogêneo

Bombas de gás lacrimogêneo podem matar, apontam estudos; Brasil é um dos principais fabricantes

por Murilo Roncolato

Editora Globo
Manifestantes fotografaram as bombas utilizadas na Turquia, como a GL 310 – a chamada “bailarina”, por se movimentar após a combustão, impedindo de ser capturadas e arremesadas de volta (reprodução)
Por mais estranho que pareça, protestos costumam seguir uma certa “ordem”. Os manifestantes marcam hora, local, aguardam até terem um número satisfatório de pessoas e marcham em linha, como um grande bloco. Normalmente, há uma rota determinada a se seguir até o ponto final. Seria assim, em ordem, se não fosse o imprevisível. Às vezes algo dá errado e a tal ordem pode não ser a esperada pela polícia. É aí que entra em cena o elemento símbolo dessa incompatibilidade de gênios: a bomba de gás lacrimogêneo.

Nesta semana, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e demais capitais que seguem a série de protestos recentes, motivados inicialmente pelo aumento da tarifa do transporte público, viram o que acontece quando algo “dá errado”. A polícia age sob a orientação de dispersar a multidão e reassumir o controle da situação. Cassetetes e balas de borracha compõem o elenco. Mas o protagonista, a bomba de gás, é a responsável por instalar o caos e a correria.

O armamento utilizado nesse tipo de situação deve ser o não-letal e o seu uso deve ser moderado. Nesses dois pontos há um problema: há frentes que argumentam que bombas de gás lacrimogêneo podem ser letais, e o modo como ela é utilizada pela polícia é o principal fator a favor da tese.

Bombas de gás lacrimogêneo são estruturas de metal disparadas por armas lançadoras que, após explodir, liberam um gás basicamente composto de 2-clorobenzilideno malononitrilo, o chamado gás CS. Trata-se de uma substância sólida que misturada a solventes toma a forma de aerosol ácido, que em contato com os olhos causam lacrimajemento intenso e queimação.

Por se tratar de um gás lacrimogêneo, as reações deveriam parar por aí, mas a lista do Centro de Controle e Prevença de Doenças dos Estados Unidos segue. O nariz libera coriza, a boca sofre irritação, a vítima baba e sente náuseas; se respirado, o gás provoca tosse e asfixia. Em exposição prolongada, estimada em uma hora, os efeitos podem ser ainda mais graves levando a vítima a desenvolver lesões na córnea ou cegueira, garganta e pulmões podem sofrer queimaduras avançadas e a asfixia pode ser completa.

O gás lacrimogêneo é enquadrado como um agente psicoquímicos, considerado um “incapacitante” pelo Exército brasileiro, o que o diferencia dos agentes causadores de mortes, como os neurotóxicos (afetam o cérebro), os hemotóxicos (corrente sanguínea) e os sufocantes. Segundo um artigo do Instituto Militar de Engenharia (IME), de 2012, essa diferenciação pode não ser tão exata assim. “A linha que separa os agentes causadores de baixas e os incapacitantes é tênue, pois em altas concentrações qualquer agente incapacitante pode causar baixas.”

Um número considerável de mortes relacionadas a bombas de gás lacrimogêneo já foi registrado. Uma mulher de 36 anos morreu por insuficiência respiratória e parada cardíaca durante um protesto na Palestina, em 2012. No Bahrein, 36 mortes foram catalogadas (inclusive a de um garoto de 14 anos) pelo organização internacional Physicians for Human Rights, que ao lado da Facing Tear Gas e da Anistia Internacional são as maiores ONGs à frente do confronto contra a bomba de gás, para a qual defendem o enquadramento como arma química.

A outra crítica não é pelo conteúdo, mas pela forma. As bombas de gás são disparadas por armas que proporcionam um alcance de até 150 metros. Legalmente, o disparo deve ser feito sob um ângulo de 45º para que a explosão da bomba se dê no ar, antes de entrar em contato com o alvo. O que acontece é que nem sempre essa regra é respeitada, e a bomba acaba virando uma grande “bala”. Em dezembro de 2011, Mustafa Tamimi, de 28 anos, foi morto após ser atingido por uma bomba de gás no rosto.

Em Istambul, na Turquia, a fumaça branca já compõem a paisagem típica da cidade. Por lá, o uso de bomba de gás tem sido “inapropriado”, segundo a Anistia Internacional. Bombas já foram lançadas dentro de hotel, na cara de manifestantes ou em forma de spray diretamente no rosto de manifestantes pacíficos, como a “mulher de vermelho”, símbolo da repressão turca.

Produção brasileira
A Facing Tear Gas mobiliza sua campanha contra governos e empresas fabricantes desse tipo de armamento. No mundo, eles destacam seis. Uma delas é a brasileira Condor, baseada no Rio de Janeiro, responsável pelas bombas de gás utilizadas na Turquia.

Lá manifestantes fotografaram as bombas utilizadas na Turquia, entre elas estão a GL 310 – a chamada “bailarina”, por se movimentar após a combustão, impedindo de ser capturadas  e arremesadas de volta 

A empresa exporta 30% da sua produção. Já vendeu mais de US$ 10 milhões para a Turquia em 2011 e US$ 12 milhões para os Emirados Árabes Unidos em abril deste ano. Por aqui, a Condor selou contrato de R$ 49,5 milhões para fornecimento de armas não-letais para uso da polícia durante os eventos esportivos, segundo a agência Pública. A exportação de material bélico é incentivada pelo governo brasileiro, que isentou o setor de impostos desde 2011.

A venda indiscriminada de armas a países sob ditadura é alvo de críticas. O Itamaraty afirmou ter iniciado uma investigação sobre a Condor após um bebê ter sido morto por substâncias do gás vendido pela empresa no Bahrein. A empresa alega respeitar os padrões internacionais de segurança. 

Artigo - Tarifa Zero: é preciso tempo e ponderação

No dia 1° de junho houve aumento das tarifas públicas dos transportes em São Paulo, nos trens, metrô e ônibus o que desencadeou uma série de protestos.


Outras manifestações do mesmo cunho já tinham ocorrido em cidades como Florianópolis, Porto Alegre e está acontecendo também na cidade do Rio de Janeiro.
Os protestos são organizados pelo Movimento Passe Livre - MPL que defende a tarifa zero nos transportes públicos. Ele foi criado em 2005 em Porto Alegre, mas já existia a Campanha pelo Passe Livre. Em 2003 houve a Revolta do Buzu, em Salvador e a Revolta das Catracas em Florianópolis em 2004 e 2005.
A pauta principal do MPL, segundo consta no sítio do movimento, é que os transportes sejam pagos por impostos progressivos, através de uma reforma tributária feita pela Prefeitura, de forma que pague menos quem tem menos e quem não tem nada, não pague. E uma parte dos recursos advindos dessa reforma sejam canalizados para custear o transporte público.
Já o MDT, Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos,foi criado em setembro/2003 como um movimento suprapartidário apoiado por cerca de 450 entidades dos mais diversos setores da sociedade (movimentos sociais, populares e sindicais, empresários, universidades, poder público, profissionais liberais, entre outros). Seu objetivo é inserir na agenda social e econômica do país o transporte público como um direito para todos. Um dos objetivos do MDT é o barateamento do transporte público urbano.
Não há nenhum grande sistema de transporte público gratuito no mundo. Os países mais ricos subsidiam as tarifas, mas foi um movimento realizado paulatinamente ao longo de mais de 40 anos. 
Na França os usuários pagam o equivalente a 30% do valor da tarifa de transporte, os outros 70% são subsidiados pelo poder público.
No primeiro momento a imprensa tratou o protesto em São Paulo como se ele fosse somente dirigido ao transporte municipal de São Paulo. Inclusive o governador Geraldo Alckmin equivocadamente num primeiro momento disse que era um problema da prefeitura.
Mas o movimento é claro e abrange também o Metrô, a CPTM e a EMTU sob gestão do governo paulista.
A tarifa do ônibus municipal de São Paulo tinha sido reajustada pela penúltima vez em 1° de janeiro de 2011, passou de R$ 2,70 para R$ 3,00, 11,11% de aumento. Até o dia 1° de junho de 2013, a inflação variou 15,96%. Dessa forma a tarifa deveria ir para R$ 3,47.
O governo municipal com o auxílio do governo federal, que abriu mão do PIS e COFINS das operadoras de transportes públicos terrestres, reajustou em 6,6%. A passagem foi para R$ 3,20. 
Em São Paulo há um subsídio de R$ 1,25 bilhão para completar o transporte municipal. A tarifa técnica, que é o custo real da passagem, atual é de R$ 4,13, ou seja, o passageiro ao passar pela catraca deixa de pagar R$ 0,93, que é coberto pelos cofres públicos.
O valor subsidiado atual do sistema é de 23% o que projeta um custo anual para o transporte municipal de R$ 5,5 bilhões. É esse valor que deveria sair dos cofres públicos municipais para pagar o sistema integralmente.
O orçamento municipal de São Paulo para 2013 é de R$ 42,04 bilhões, sendo a receita tributária desse montante de R$ 17,80 bilhões. Dado que os recursos já têm previsão de gastos, teria de haver um aumento de R$ 4,25 bilhões nos impostos para que o transporte público seja gratuito para todos.
A estimativa para a arrecadação do IPTU para o ano de 2013 é de R$ 5,3 bilhões na cidade. Dessa forma, se o financiamento da tarifa zero no município viesse unicamente desse imposto ele deveria ser aumentado em 80%.
Há de se ressaltar que uma parte da população já tem a tarifa zero, que são os idosos (homens com mais de 65 anos e mulheres com mais de 60 anos) e os passageiros especiais (pessoas com deficiência física, auditiva ou visual). Além dos estudantes que pagam meia passagem.
E o sistema estadual, composto pelo Metrô, CPTM e EMTU, sob gestão do governo paulista?
O Metrô e a CPTM tinham corrigido a tarifa em fevereiro de 2012, passou de R$ 2,90 para R$ 3,00. A variação do IPCA desde início de junho de 2013 foi de 8,8%, ou seja, a tarifa deveria ser ajustada para R$ 3,26, ao invés de R$ 3,20.
Segundo planilha enviada pelo governo do Estado de São Paulo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP, o custo mensal da Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô é de R$ 181,35 milhões e as receitas líquidas (tarifa, outras receitas, ressarcimento das gratuidades e pagamento de impostos) de R$ 169,76 milhões, havendo um déficit de R$ 11,59 milhões cobertos pelo governo estadual. A cobertura pelas receitas na CMSP é de 93,6%.
A estimativa para o custo anual do Metrô é de R$ 2,176 bilhões. O governo junto com o custeio das gratuidades pelas planilhas apresentadas gastará R$ 427,84 milhões. A previsão é que o governo estadual deveria aportar mais R$ 1,748 bilhão para que o sistema seja gratuito.
Na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM o custo mensal é de R$ 160,03 milhões, enquanto as receitas líquidas são de R$ 105,68 milhões, havendo um déficit de R$ 54,35 milhões. A receita líquida cobre 66,04% dos custos, havendo um complemento de 33,96% pelo governo estadual.
O custo estimado anual da CPTM anual é de R$ 1,92 bilhão, dessa forma caberia o aporte de mais R$ 1,267 bilhão para a tarifa zero nos trens.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU aumentou em 7,5% o preço das passagens na Região Metropolitana de São Paulo e na Região Metropolitana da Baixada Santista. A Região Metropolitana de Campinas não teve reajuste por conta da licitação. O corredor ABD (São Mateus-jabaquara) teve aumento de 9,68% e o preço passou de R$ 3,10 para R$ 3,40.
A cobertura custo pela receita da EMTU é de 100,51%. Isso indica a passagem paga pelo usuário é acima do que custa o sistema.
Para cobrir os custos da EMTU na RMSP, a estimativa é que seja gasto algo em torno de R$ 1,5 bilhão anualmente. Na RMBS, o serviço comum custa R$ 252,39 milhões.
Já o sistema sob gestão da ARTESP, aumentou o serviço classificado como suburbano em 5,06% em 23 de fevereiro. Esse sistema intermunicipal atende as cidades do Estado de São Paulo que não estão em regiões metropolitanas.
Os sistemas de transportes intermunicipais da EMTU e ARTESP atendem a população mais pobre do Estado de São Paulo e apresentam as passagens mais caras pelo governo do Estado de São Paulo não entrar com nenhum subsídio. Na RMSP, a média do preço das passagens é de R$ 3,62 e na RMBS, de R$ 3,81. É comum em muitas viagens o passageiro pagar valores acima de R$ 4,00.
Dessa forma para garantir a tarifa zero nos sistemas de responsabilidade do governo estadual na RMSP e RMBS, de acordo com os dados apresentados na planilha enviada à ALESP, o aporte de recursos seria de em torno de R$ 5 bilhões anualmente.
A receita orçamentária do governo estadual prevista para 2013 é de R$ 173,448 bilhões, sendo R$ 95,86 bilhões de receitas tributárias (R$ 6,025 bilhões de IPVA, R$ 4,469 bilhões de outras receitas e R$ 85,368 de ICMS).
Nos últimos anos muita coisa tem sido feita na esfera da mobilidade urbana. O PAC mobilidade urbana prevê mais de R$ 60 bilhões de investimentos nos transportes públicos do país. São 15 obras de BRTs em andamento, 13 de corredores de ônibus, quatro metrôs, dois monotrilhos, um trem urbano e dois VLTS que beneficiarão capitais e grandes cidades brasileiras como Belo Horizonte, Belém, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Outras obras ainda estão em processo de preparação em todo o país.
O governo federal já deu passos importantes para a desoneração da tarifa dos transportes públicos, com a redução do preço da energia elétrica em 32%, o que ajuda empresas operadoras de metrôs, trens e ônibus elétricos,  desoneração da folha de pagamento das operadoras de transportes e zeragem das alíquotas do PIS e COFINS para o transporte urbano, que beneficiam aos operadores de todos os modais.
Essas medidas permitiram que cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo,Mauá, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, São José dos Campos, Vitória, Manaus e Jundiaí, reduzissem o preço da tarifa e a cidade de São Paulo pudesse fazer um reajuste menor.
Outras medidas poderão fazer parte dessas iniciativas como redução dos impostos para o diesel usado no transporte público e a CIDE da gasolina, como defende o prefeito Fernando Haddad de São Paulo, ser cobrado e utilizado para um fundo de barateamento da tarifa.
Falta aos governadores a iniciativa de redução de ICMS da cadeia produtiva do transporte e aos municípios o ISS.
O transporte público é um dever do Estado e um direito do cidadão e a redução ou zeragem do preço da tarifa beneficia principalmente os mais pobres que o utilizam mais.
A mobilidade urbana nas cidades brasileiras tem sido prejudicada por causa do uso intensivo do transporte individual e a qualidade junto com o barateamento da tarifa poderá estimular que as pessoas troquem o carro pelo transporte público.
Dessa forma entendemos a necessidade de discussão de um transporte com mais qualidade, modicidade tarifária ou tarifa zero tem de passar pela sociedade pela necessidade de aumento dos impostos, mas com o benefício de ter transporte público à disposição de todos.
É um movimento que se dará ao longo do tempo com a sua inclusão na pauta política do país.
O debate deve ser feito de maneira ponderada e de acordo com capacidade fiscal dos governos.

Evaristo Almeida é mestre em Economia Política, assessor de Transportes da Liderança da Bancada do PT na ALESP e coordenador do Núcleo Setorial Nacional de Transportes do PT
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sábado, 15 de junho de 2013

Pelo direito a um transporte público acessível



Greenpeace
Olá,
As ruas de São Paulo foram palco de cenas de violência e repressão contra os protestos que há mais de uma semana cobram do governo a redução das tarifas de ônibus e metrô.
Além de São Paulo, diversas capitais aderiram ao movimento e estão levando essa indignação às ruas. Mas a discussão da tarifa é apenas o estopim de uma demanda há tempos reprimida: os governos municipais, estaduais e federal devem rever com urgência suas políticas de mobilidade urbana.
O Greenpeace é uma organização que tem em seu DNA o protesto pacífico como forma de cobrar mudanças de atitudes de governos e de corporações. Lamentamos as cenas divulgadas nos últimos protestos e pedimos o fim da qualquer ato de violência. De qualquer maneira, defenderemos sempre o direito à manifestação não violenta, afinal ela é um instrumento da democracia.
Os protestos devem continuar e o poder público precisa estar aberto ao diálogo. Balas de borracha, bombas de efeito moral e cassetetes são incapazes de calar inconformismos e desejos de mudanças.
Leia na íntegra o posicionamento do Greenpeace Brasil a respeito das manifestações.
Marcelo Furtado
Diretor-executivo do Greenpeace Brasil

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Greenpeace

segunda-feira, 10 de junho de 2013

BERGAMO APONTA FALHA NA BIOGRAFIA DE DIRCEU


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VEJA O QUE A VEJA É

DAVIS SENA FILHO
Todo mundo sabe, até os ímpios, os brucutus, os perversos e os patifes que a revista Veja, a Última Flor do Fáscio, é um pasquim de péssima qualidade editorial, e, por sê-lo, não é levado a sério, porque se fosse o povo brasileiro acreditaria nela, o que não é o caso, porque ninguém, a não ser a parte da classe média pequena Mussolini, a mesmíssima que, por meio do DNA, ainda usa vassouras janistas, realiza, de forma ridícula e total falta de senso, as marchas contra a "corrupção", que reúnem meia dúzia de gatos pingados convocados pelas redes sociais, bem como se transformam, de maneira permanente, em viúvas de Carlos Lacerda, político de extrema direita, golpista, e, lamentavelmente, conhecido pela alcunha de Corvo.
A Veja, também conhecida como a revista porcaria, é um libelo fascista, esquizofrênico e que atualmente é administrada pelo filho do falecido Roberto Civita, homem que transformou o magnata Rupert Murdoch, o ex-dono do jornal extinto News of the World, em um ser ingênuo, apesar de sua picaretagem e bandidagem para publicar "escândalos" e destruir, literalmente, reputações por intermédio de escutas clandestinas, ameaças e chantagens de toda ordem, com o objetivo de se dar bem tanto no mercado publicitário, jornalístico e político.
Rupert Murdoch sofreu as consequências, pois seu pasquim fechou as portas, além de ter sido chamado às falas para explicar tamanha molecagem ao governo e parlamento inglês, realidade esta que nunca aconteceu com um dos Murdoch daqui, o empresário Roberto Civita, chefe do editor e capataz-mor, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que, para ter seus "negócios" concretizados, valeu-se de todo tipo de jogo baixo, a fim de derrubar ministros, o governador do DF, Agnelo Queiroz, bem como chantagear e ameaçar prefeitos, autoridades parlamentares e quem quer que seja com a cooperação e fidelidade canina do senador cassado Demóstenes Torres, seu empregado de luxo e porta-voz no Senado, além de replicador das ameaças e dos interesses escusos de tal bicheiro, que encontrava, sem sombra de dúvida, cumplicidade nas páginas bestiais de Veja, a ter como seu "sócio" para tamanhas imundícies o jornalista Policarpo Jr., chefe do pasquim de caráter fascista em Brasília.
Esse exemplo sobre o mundo sombrio e lamacento de Veja é apenas um exemplo, porque esse pasquim à Mussolini é um atentado ao jornalismo, à democracia e à ordem constitucional. Há anos tal libelo comete toda sorte de ilegalidades, a ponto de se associar a um homem considerado criminoso conhecido nacionalmente por desestabilizar até o Governo Federal, com a queda de ministros acusados de corrupção. Contudo, as acusações nunca foram comprovadas, bem como as autoridades nomeadas por uma presidenta constitucionalmente eleita pelo povo brasileiro até hoje "correm" atrás de justiça, a exemplo dos ex-ministros Carlos Lupi e Orlando Silva.
O pasquim Veja é uma vergonha para o jornalismo e para quem o exerce. Baseia-se, propositalmente, em um jornalismo meramente declaratório e em off, porque a intenção é criar uma atmosfera para derrubar o governo trabalhista de Dilma Rousseff, além de ter sido um atentado, volto a afirmar, à ordem democrática e institucional. Veja, por intermédio de seu jornalismo de esgoto, não tem, sobretudo, responsabilidade com a verdade dos fatos e acontecimentos, porque a realidade para a publicação da Abril não passa apenas de uma questão meramente prosaica, porque não importa, indubitavelmente, ao herdeiro do Civita e aos seus asseclas, que inundam as páginas da Última Flor do Fáscio com o jornalismo mais sujo e golpista que tive o desprazer de verificar e confirmar toda semana.
Agora a revista porcaria quer a prisão de José Dirceu, mas quando se trata do bicheiro Carlinhos Cachoeira e do editor Policarpo Jr, o semanário de péssima qualidade se cala. Estou a citar apenas o escândalo do Cachoeira, mas são dezenas e dezenas de casos como esses, muitos deles que jamais vão chegar aos olhos e aos ouvidos do público, pois abafados e escondidos no armário cheio de esqueletos de tal pasquim.
Antes de tudo, os comparsas que escrevem na revista, que é uma máquina de moer reputações, deveriam pelo menos se olhar no espelho todo dia e, consequentemente, perceberem que são autores e responsáveis por um pasquim de extrema direita, que nunca vai ser punido, porque neste País publicações danosas e golpistas como a Veja são intocáveis e, por conseguinte, um atentado constante contra a democracia brasileira.

Veja não tem moral para exigir nada, muito menos do Poder Judiciário, apesar de ele ser composto por alguns juízes midiáticos e sedentos de fama, o que é uma desfaçatez, pois a função social do juiz é, evidentemente, de julgar calado e ciente de que está a tratar do destino e da vida de seres humanos que são réus e que, por seu turno, podem ser presos. Juiz bom é juiz calado, discreto e apolítico. Juiz em pleno exercício de suas funções só pode fazer política quando cidadão eleitor — nas urnas. Veja é o que é; como o escorpião é o que é: perigoso e venenoso. É isso aí.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

PSC volta a acionar STF contra casamento gay

A legenda já havia entrado com um mandado de segurança, negado pelo ministro Luiz Fux; agora, apresentou ação de inconstitucionalidade
Partido de Feliciano é contra casamento gay / Sérgio Lima/FolhapressPartido de Feliciano é contra casamento gaySérgio Lima/Folhapress

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Câmara analisa proposta que regula exploração do nióbio


Por Marco Antonio L.
No R7
O elemento químico é usado principalmente em ligas de aço
Da Agência Câmara
A Câmara analisa proposta para regulamentar a extração e a exploração comercial do nióbio do território brasileiro. O elemento químico é usado principalmente em ligas de aço para a produção de tubos condutores de fluidos, como água e petróleo, a longas distâncias. O Brasil detém 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio no mundo e mais de 90% do total do minério presente na Terra.
Pelo Projeto de Lei 4978/13, do deputado Giovani Cherini (PDT-RS), a extração, a exploração e o beneficiamento do nióbio devem ser feitos por empresas com capital exclusivamente nacional.
Desde a Emenda Constitucional 6, de 1995, mineradoras estrangeiras podem operar por meio de filiais, com exceção de áreas em faixas de fronteira, onde o estrangeiro pode deter até 49% do controle acionário da empresa.
Relatórios
Segundo a proposta, as mineradoras deverão ser cadastradas e autorizadas pelo Ministério de Minas e Energia. A empresa deverá enviar um relatório trimestral ao ministério com a quantidade de minério extraído. Além disso, a cada ano, a empresa exploradora deverá informar para quem vendeu o mineral e qual a quantidade entregue.
Caso a mineradora também beneficie o nióbio, criando – por exemplo – tubos condutores com fibras do minério, ela deverá informar quanto foi beneficiado.
Todas as empresas que atuam em território nacional e que compram, revendem ou exportam o nióbio terão de informar o governo sobre todos os dados de suas transações e toda a cadeia produtiva.
Quem deixar de cumprir essas regras não poderá mais explorar o minério e terá de pagar multa igual a todo o valor recebido com a venda do nióbio.
Código de Mineração
Atualmente, o Código de Mineração (Decreto-Lei 227/67) permite a exploração de minerais em solo brasileiro por concessão do Ministério de Minas e Energia; por autorização, licença e permissão do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); ou monopolização, quando a execução é feita, direta ou indiretamente, pelo governo federal.
De acordo com o projeto, o governo definirá uma política de extração e exploração do nióbio com fixação de preços no mercado internacional, fiscalização e controle. “Essa política poderá alavancar em muito o valor pago pelo nosso nióbio, riqueza que somente nós temos”, diz o autor do projeto.
Terras indígenas
A proposta também exige a regulamentação em decreto para a extração e a exploração do nióbio em reserva indígena. A exploração mineral em terras indígenas está em discussão por uma comissão especial da Câmara (PL 1610/96).
Usos do nióbio
Além de ser usado em supercondutores, o nióbio pode ser adotado em caldeiras em usinas termelétricas e em sistemas de propulsão de aviões e foguetes, pois tem um ponto de fusão de 2.468 graus Celsius (°C), mais que o dobro do cobre. O óxido de nióbio é um agente anticorrosivo capaz de suportar a ação de ácidos agressivos, comuns na indústria de petróleo.
As jazidas brasileiras estão presentes em três municípios: 61% em Araxá (MG), 21% em Catalão (GO) e outros 12% em São Gabriel da Cachoeira (AM).
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

8 comidas venenosas que você adora comer

Carolina Vilaverde 30 de janeiro de 2012
Que existem cogumelos venenosos não é segredo para ninguém. Mas você provavelmente nem imagina que pode estar comendo alimentos tóxicos até mesmo em uma salada inocente. Nesta lista que a SUPER preparou, você encontra oito alimentos que todo mundo come, mas que podem até matar. Mas não precisa entrar em pânico! A maioria só faz mal se for preparada de um jeito errado ou ingerida em quantidades absurdas.
8. Cogumelo
Você já sabe que alguns tipos de cogumelo “dão barato” e que podem até alterar a sua personalidade. Por outro lado, tem também os cogumelos inofensivos e que podem ser ingeridos sem problemas, como o shiitake. O perigo está justamente na hora de diferenciar os cogumelos comestíveis dos venenosos. Apesar de existirem maneiras de identificar se um cogumelo é venenoso ou não, elas não são infalíveis e todos os cogumelos de origem desconhecida são, portanto, perigosos.
7. Noz moscada
Existem dois casos documentados de morte por noz moscada: um em 1908 e outro em 2001. Mas calma, é preciso ingerir uma noz moscada inteirinha para que a substância alucinógena que ela contém possa te matar. Infelizmente, quantidades menores da especiaria também causam efeitos colaterais perigosos. A ingestão de 10 gramas leva a alucinações e apenas 2 gramas da noz moscada causam uma sensação parecida com a de consumo de anfetaminas, levando a náusea, febre e dores de cabeça.
6. Amêndoas
As amêndoas amargas, apesar de muito populares por seu sabor, possuem um componente nada saudável: elas são cheias de cianeto (chamado antigamente de cianureto). Isso mesmo, aquela substância letal usada pelos assassinos em romances da Agatha Christie. Mas não é preciso criar pânico! Antes de serem liberadas para consumo, elas são obrigatoriamente processadas para remover o veneno. Alguns países, como a Nova Zelândia, preferem não arriscar e tornam ilegal a venda das amêndoas amargas.
5. Cereja
As cerejas são frutinhas populares, principalmente na cobertura de bolos de aniversário (elas costumam ser disputadas). Porém, o que pouca gente sabe é que, quando as sementes das cerejas são esmagadas ou mastigadas, elas produzem cianeto de hidrogênio, a mesma substância tóxica e letal das amêndoas amargas. Pensando nisso, ainda bem que nem sempre o que vem no bolo é cereja de verdade!
4. Mandioca
A mandioca é a terceira fonte mais importante de calorias nos países tropicais, por isso é de assustar que ela contenha substâncias tóxicas. Suas raízes e folhas, quando mal processadas, liberam o já citado cianeto de hidrogênio. Para evitar que isso aconteça, a mandioca precisa ser preparada com cuidado e existem diferentes maneiras de retirar o veneno: desde cozinhar a fermentar a mandioca. Sem o devido preparo, ela pode causar intoxicação aguda, o que leva a vertigem, vômitos e, em alguns casos, à morte dentro de uma ou duas horas.
3. Maçã
Assim como as amêndoas e as cerejas, as sementes da maçã também contém cianeto, mas em quantidades muito menores. Por isso, mesmo que você consuma sem querer uma semente dessas, não precisa sair correndo para o hospital. É preciso mastigar e ingerir um número bem alto de sementes de maçã para ficar doente. Mesmo assim, pode acontecer. E você com medo de comer aquela maçã que, depois de cortada, escurece…
2. Tomate
Lembra quando você descobriu que tomate era uma fruta? Está na hora de mais uma lição. Os caules e folhas do tomate contêm glicoalcalóides, que pode causar extremo nervosismo e transtornos gastrointestinais. Essas partes não são usadas na salada, mas são muito úteis para realçar o sabor na hora de cozinhar. Se forem removidos antes do consumo, não há chance de o veneno escapar em quantidade suficiente para causar qualquer problema.
1. Batata
A batata comum, assim como os tomates, contém quantidades consideráveis de glicoalcalóides nas suas folhas. Essa substância tóxica causa fraqueza, confusão e pode levar ao coma e à morte. Mas, tudo bem, ninguém come essa parte das batatas mesmo. O problema é que esse veneno pode estar presente também na própria batata. Mas há uma maneira fácil de identificar se ela pode ser consumida: altas concentrações do veneno glicoalcalóide mudam a coloração da batata para verde.
Imagens: Wikimedia Commons