segunda-feira, 9 de junho de 2014

‘Torre de babel’: ocupação de sem-teto no centro de SP tem 60% de estrangeiros

Por Ana Flávia Oliveira - iG São Paulo 

Conhecido como ocupação Sé, Edifício Nazareth foi invadido no final de janeiro e tem 51 famílias, que totalizam 170 pessoas



Angolanos, peruanos, bolivianos, guineenses e nigerianos formam a maior parte dos moradores do edifício Nazareth, localizado no número 47 da Praça da Sé, no coração da capital paulista. Ocupado há cerca de cinco meses, o prédio - bem conservado, limpo e com as ligações de água e luz regularizadas - é uma verdadeira Torre de Babel, onde vivem 51 famílias (que totalizam 170 pessoas). Segundo os dirigentes do Movimento do Sem-teto de São Paulo (MSTS), responsável pela ocupação, 60% dos novos moradores são estrangeiros.
“Eles chegam ao Brasil muitas vezes sem conhecer ninguém, não têm para onde ir e acabam indo para as ocupações”, diz a coordenadora do Nildalva Silva, 32 anos, conhecida como Dalva, para explicar a forte presença dos estrangeiros na ocupação.
Ana Flávia Oliveira/iG São Paulo
Ana Mimi e a coordenadora Dalva conversam no hall de um dos andares
O prédio, que antes de ser ocupado pelo movimento abrigava conjuntos de escritórios, tem 11 andares - cada um com quatro a cinco salas transformadas em pequenos apartamentos e dois banheiros, que são divididos entre duas ou três famílias. O edifício tem ainda dois elevadores que levam os moradores até o 10º andar - para chegar ao último é preciso subir um lance de escada em caracol. Dalva diz que o elevador foi consertado pelos ocupantes.
Moradora do 11º, a angolana Maria Madalena, de 37 anos, vive com o marido e os três filhos - uma adolescente de 15 anos, um menino de 12 anos e uma menina de 8 anos - em um apartamento com um quarto, banheiro - apenas para o uso da família-, cozinha e varanda, de onde é possível ter uma vista privilegiada da Praça da Sé, com a catedral e o Palácio da Justiça ao fundo.

Maria chegou ao Brasil há dois anos e antes de viver no edifício Nazareth pagava aluguel de R$ 700 em uma casa de três cômodos em Guaianases, na zona leste da capital. Hoje, assim como todos os moradores, ela contribui com R$ 100 a R$ 200 revertidos para o pagamento das contas de consumo e manutenção do prédio, segundo o MSTS.
“A renda está muito cara. Vivia em uma casa, pagava luz, pagava água, internet. Tudo chega ao custo de R$ 1.000. Eu sou cabeleireira: um dia tem trabalho, outro dia não tem. Como fica? A gente tem tudo com muita dificuldade. Quando a gente escutou esse movimento, viemos juntos lutar. Conseguimos esse lugar. A gente está pagando um preço que, se hoje não consegue, amanhã, consegue”, diz Maria.
“Eles chegam ao Brasil muitas vezes sem conhecer ninguém, não têm para onde ir e acabam indo para as ocupações”, diz a coordenadora do Nildalva Silva, 32 anos, conhecida como Dalva, para explicar a forte presença dos estrangeiros na ocupação.
Ana Flávia Oliveira/iG São Paulo
Ana Mimi e a coordenadora Dalva conversam no hall de um dos andares
O prédio, que antes de ser ocupado pelo movimento abrigava conjuntos de escritórios, tem 11 andares - cada um com quatro a cinco salas transformadas em pequenos apartamentos e dois banheiros, que são divididos entre duas ou três famílias. O edifício tem ainda dois elevadores que levam os moradores até o 10º andar - para chegar ao último é preciso subir um lance de escada em caracol. Dalva diz que o elevador foi consertado pelos ocupantes.
Moradora do 11º, a angolana Maria Madalena, de 37 anos, vive com o marido e os três filhos - uma adolescente de 15 anos, um menino de 12 anos e uma menina de 8 anos - em um apartamento com um quarto, banheiro - apenas para o uso da família-, cozinha e varanda, de onde é possível ter uma vista privilegiada da Praça da Sé, com a catedral e o Palácio da Justiça ao fundo.
Maria chegou ao Brasil há dois anos e antes de viver no edifício Nazareth pagava aluguel de R$ 700 em uma casa de três cômodos em Guaianases, na zona leste da capital. Hoje, assim como todos os moradores, ela contribui com R$ 100 a R$ 200 revertidos para o pagamento das contas de consumo e manutenção do prédio, segundo o MSTS.
“A renda está muito cara. Vivia em uma casa, pagava luz, pagava água, internet. Tudo chega ao custo de R$ 1.000. Eu sou cabeleireira: um dia tem trabalho, outro dia não tem. Como fica? A gente tem tudo com muita dificuldade. Quando a gente escutou esse movimento, viemos juntos lutar. Conseguimos esse lugar. A gente está pagando um preço que, se hoje não consegue, amanhã, consegue”, diz Maria.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2014-06-07/torre-de-babel-ocupacao-de-sem-teto-no-centro-de-sp-tem-60-de-estrangeiros.html

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