Bem articulada, a ativista radical Elisa Quadros, mais conhecida como Sininho, já se tornou conhecida em todo o país; adepta da estratégia Black Blocs, ela foi citada por Caio Silva (acusado de matar o cinegrafista Santiago Andrade) como quem "manipula a forma como a manifestação vai acontecer"; em sua página no Facebook, numa postagem de 19 de janeiro, ela assume que foi a responsável por colocar "a questão do dinheiro" na pauta da reunião e afirma que políticos deram dinheiro sim; contra críticas, ela avisa que não vão conseguir tirá-la das ruas; "Em relação aos políticos, que se fodam. Como vocês também, vou detonar as eleições esse ano", afirma
13 DE FEVEREIRO DE 2014 ÀS 22:02
247 - O apelido faz referência à singela fadinha que acompanha o garoto que não quer se tornar adulto, o Peter Pan. Mas as semelhanças param por aí. A Sininho da vida real, a mais famosa Black Bloc do Brasil, é uma ativista radical que tem praticado nos últimos meses, no Rio, terrorismo social, travestido de protesto e manifestação violentas "contra tudo que está aí". Nem de longe, Elisa Quadros lembra a personagem infantil quase angelical do desenho da Walt Disney. Na verdade, ela é, segundo o depoimento do acusado de matar o cinegrafista Santiago Andrade, Caio Silva de Souza, quem "manipula a forma como a manifestação vai acontecer". E é também quem gerencia o dinheiro que custeia o movimento e que paga os manifestantes.
Em depoimento, suspeito de acender rojão que matou cinegrafista coloca a culpa em tatuador e diz que há pessoas que aliciam jovens e distribuem quentinhas
A repórter Carolina Heringer teve acesso, com exclusividade, ao depoimento que Caio Silva de Souza prestou a policiais da 17ª DP (São Cristóvão) e a agentes da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) quando já estava preso no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira. O rapaz - suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade - responsabiliza o tatuador Fábio Raposo por ter acendido o explosivo. Ele admite ter estado na Central do Brasil no dia em que Santiago foi atingido. E diz, ainda, que o verdadeiro alvo do explosivo eram um policiais. "Colocou o arteartefato voltado na direção dos PMs", diz um trecho do documento.
Caio disse que Fábio o atiçou para disparar o rojão, dizendo “Solta, solta...”, no momento em que entregou a ele o artefato e que o tatuador disse ainda “Acende aí”. Mas, segundo a versão de Caio, quem acendeu o explosivo foi o próprio Fábio. Caio teria apenas segurado o artefato e o colocado no chão já aceso. O rapaz alega ainda ter achado que o explosivo era um sinalizador. Mais cedo, em entrevista à TV Globo, ele havia dito que tinha confundido o rojão com um "cabeção de nego" e havia acendido o explosivo.
Ainda no depoimento, Caio admite que “nem sempre participou do movimento Black Bloc, porque trabalha e nem sempre consegue participar das manifestações”. Caio contou também que esteve na ocupação na Câmara de Vereadores do Rio, no fim de 2013, onde “teve a oportunidade de ver a chegada de até cinquenta quentinhas para alimentar os ativistas”. Ele afirma ainda “que há pessoas que aliciam os jovens para participar das passeatas e já foi convidado para participar de forma remunerada”.
Caio negou conhecer as pessoas que aparecem na manifestação e oferecem dinheiro a quem participa do ato. Segundo ele, "elas falam que se tiver com dificuldade financeira para voltar na próxima (manifestação), pode pegar com eles o dinheiro da passagem, bem como aparecem com lanches e quentinhas".
Sobre financiadores de protestos, Caio disse que eles existem. Ele revela que chegou a ver um papel onde a contabilidade do dinheiro distribuído aos manifestantes era feita. Segundo ele, esse papel apareceu no Facebook do Anonymous Rio e do Black Bloc porque "existem discordâncias entre os próprios ativistas". De acordo com Caio, a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, foi quem passou a contabilidade para um amigo, que o colocou na rede social.
Ainda de acordo com o depoimento, Caio nega ter sido chamado pela ativista Sininho para as manifestações. Ele diz que sabe que ela é uma das pessoas que organizam os protestos: “Não acho que ela seja líder, mas manipula a forma como a manifestação vai acontecer”.
Caio informa ainda que era convocado para os protestos por meio de seu perfil no Facebook, que depois o próprio jovem apagou. O rapaz conta também que algumas pessoas nos protestos são encarregadas de distribuir pedras e apetrechos, mas nega saber quem elas são. Caio admite que conhece Fábio Raposo das manifestações e que já o viu participando de outros atos usando máscara de gás.
Envolvimento de partidos
Em outro trecho do depoimento, Caio não é taxativo mas diz acreditar “que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes”. Ele informa já ter visto “bandeiras do PSol, PSTU e Fip (Frente Independente Popular), sendo esta um dos grupos que organiza reuniões plenárias”.
Em nota, a assessoria de imprensa do PSTU do Rio negou envolvimento com o Black Blocs e também com os suspeitos presos. O partido ainda exige que a denúncia de financiamento a manifestantes seja investigada. Leia a íntegra do informe:
"O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado reafirma que não tem qualquer ligação com o Black Bloc ou quaisquer grupos de ideologias afins. Da mesma forma, não temos nenhuma relação com os rapazes acusados de acender o rojão que vitimou o cinegrafista da Bandeirantes, Santiago Andrade. Nas manifestações do ano passado, o PSTU foi o único partido de esquerda a contestar e discordar publicamente dos métodos empregados por estes setores do movimento social. Exigimos que se apure a denúncia de financiamento desses jovens. Se eles receberam dinheiro para agirem como provocadores, exigimos que se diga quem os financiou. Não só quem financiou esses jovens, mas quem financia a defesa da dupla acusado-delator. No entanto, somos radicalmente contrários à perseguição que os governos vem promovendo contra os movimentos sociais. A violência instaurada naquele dia na Central do Brasil é de responsabilidade do governo e da polícia militar. Prestamos nossa solidariedade aos familiares de Santiago e continuaremos lutando para que novas tragédias como esta não aconteçam."
Em sua página no Facebook, numa postagem de 19 de janeiro, Sininho afirma que foi ela mesmo quem colocou "a questão do dinheiro". Logo depois ela diz que "eles deram dinheiro sim e não foi nenhum segredo". E quem são "eles"? A resposta vem dela no próprio texto: "políticos que doaram como civis". Reportagem publicada mais cedo pelo 247 mostra quem são os políticos envolvidos - todos de partido de extrema-esquerda.
PATROCÍNIO DO PSOL AOS BLACK BLOCS AFUNDA FREIXO
Lista de financiadores dos arruaceiros mascarados mostra políticos do PSOL e até um delegado, além de um juiz; em depoimento, Caio Silva de Souza, disparador do rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade contou que tinha reuniões com deputado estadual do Rio de Janeiro; Marcelo Freixo é o mais destacado quadro político da legenda; Sininho, que aparece como influente Black Bloc, admitiu no Facebook que vândalos recebem pagamento; ela também pegou; pagamentos eram regulares e de até R$ 400 por quebra-quebra, o que explica episódios como invasão da Câmara Municipal, fechamento da Avenida Rio Branco e depredação de ônibus e pontos comerciais; apurações podem levar a cassação de registro; lista completa
13 DE FEVEREIRO DE 2014 ÀS 18:54
247 – O PSOL está em apuros. Acumulam-se os indícios e testemunhos de que o partido era o grande gerenciador dos Black Blocs em seus ataques a edifícios públicos, depredação de pontos comerciais e fechamento de grandes vias de tráfego no Rio de Janeiro.
Principal líder da agremiação na cidade, onde obteve 20% dos votos na última eleição para prefeito, o deputado Marcelo Freixo foi citado pelo preso Caio Silva de Souza como espécie de mentor intelectual, com quem realiza conversas, ao lado de outros integrantes da gang, sobre a situação política.
Está em circulação uma lista com nome de doares para uma manifestação organizada pelo PSOL. Entre os que receberam quantias de até R$ 400 está a jovem conhecida como Sininho, considerada uma espécie de porta-voz dos black blocs.
Já se sabe que os jovens encarregados de promover o que é definido como "terrorismo social" eram recolhidos em pontos determinados por vans, levados até os locais das manifestações e remunerados com R$ 150 por participação. Um acampamento de semanas nas escadarias da ocupada Câmara Municipal rendeu aos participantes diárias de R$ 350, de acordo com comentários de funcionários da sede do poder legislativo municipal.
Atacar o Estado em todas as frentes está no DNA de partidos como o PSOL e o PSTU. Nascidos de costelas do lado esquerdo do PT, identificam-se com o pensador e ativista russo León Trotski, aquele da revolução permanente. No tropicalizado quadro político nacional, ajuntamentos que quase viraram partido político, como o Rede Sustentabilidade, disputam o mesmo campo, buscando posições de extrema esquerda para ganhar nitidez ideológica. Essas pregações ganharam cara efetiva numa espécie de tropa de elite desgarrada do pensamento radical, os black blocs.
No Rio de Janeiro, um traço de união entre os BBs e os comandantes do PSOL se efetivou, de acordo com todos os indícios e depoimentos realizados até aqui. A invasão e depredação da Câmara Municipal; as arruaças na avenida Rio Branco e seu bloqueio no horário do rush, durante protestos contra o sistema de transportes; a quebra de agências bancárias, e a imposição de fechamento ao comércio e penalizações aos trabalhadores foram vistos com condescendência pelos chefes políticos dos dois blocos.
Marcelo Freixo funcionou, ora em encontros de bastidores, ora pela ausência de uma resposta pública aos ataques, como um dos vértices desse esquema. Um dos funcionários de seu gabinete já admitiu ter ligações diretas com os arruaceiros., prestando assistência jurídica.
Logo após junho do ano passado, quando as primeiras labaredas de fogo tomaram as manifestações populares, os black blocs, que poucos ainda sabiam o significado do nome importado dos EUA, assumiram as primeiras páginas da mídia. Nas ruas, esperavam o momento anterior ao início das dispersões para promoverem o seu terror, despertando forte repressão policial sem, para muitos, perderem o charme da coragem e da ousadia.
Às primeiras ações de repressão corresponderam ao despertar da solidariedade de gente famosa. Numa mensagem de garoto propaganda, como se quisesse formar ao lado deles, o célebre Caetano Veloso vestiu a máscara preta. Como revolucionário de fotografia, há quem considere que ele até ficou bem. Sair na rua, não saiu, mas já dera seu pitaco, contribuindo para um debate ideológico -- e não apenas policial – sobre o grupo sem face.
O oportunismo fica latente no apoio e complacência com que o PSOL conviveu até aqui com os Black Blocs, sem uma crítica direta sobre a maneira de agir do grupo. Isso rende ao partido identificação com a extrema esquerda.
A partir de agora, porém, com a primeira morte provocada por um participante de manifestações e as revelações de pagamentos por depredações e lista de doares para esse fim, o PSOL corre o risco até mesmo de ter o seu registro de partido integrante da democracia brasileira cassado.
A partir de agora, porém, com a primeira morte provocada por um participante de manifestações e as revelações de pagamentos por depredações e lista de doares para esse fim, o PSOL corre o risco até mesmo de ter o seu registro de partido integrante da democracia brasileira cassado.
fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/129787/Patroc%C3%ADnio-do-PSOL-aos-Black-Blocs-afunda-Freixo.htm
Sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade, a Sininho gravou um vídeo tentando se justificar, sem demonstrar qualquer sentimento pelo ocorrido: "Também não vamos tirar a responsabilidade da Band, não só da Band, da Band, da Globo, da Record, dessas emissoras que mandam seus jornalistas pra uma manifestação, que sabe que vai ter bomba, que vai ter bomba da polícia. (...) E aí depois que acontece essa tragédia, a culpa é só dos manifestantes que estão na rua?"
No Facebook, Sininho mostra disposição quase infinita para o que ela chama de "revolução" e avisa que não vão conseguir tirá-la das ruas. "Não tô aqui para fazer bonito pra ninguém. Em relação aos políticos, que se fodam. Como vocês também, vou detonar as eleições esse ano", afirma.
Dentro da estratégia Black Bloc de tumultuar e tornar insustentáveis todas as iniciativas do poder público, seja o reajuste das tarifas de ônibus, seja a realização da Copa do Mundo no país, a ativista Elisa Quadros cumpre bem o seu papel. É toda de boa capacidade de retórica e domina bem as premissas do grupo. Ou seja, é a peça principal para inflamar potenciais manifestantes e "tocar o terror" nos protestos que se tornaram tão comuns no país.
Nos próximos dias, Sininho deve entrar no foco da polícia. Segundo o delegado que investiga o caso, o aliciamento de manifestantes será próxima questão a ser tratada. Abaixo matéria da Agência Brasil sobre isto:
Aliciamento de manifestantes tem que ser apurado em separado, diz delegado
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
O delegado Maurício Luciano, responsável pelo inquérito que apura a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, disse que o fato de Caio Silva de Souza ter dito em depoimento, que há aliciamento de manifestantes, não interfere no relatório que vai entregar amanhã (14) ao Ministério Público. O delegado reafirmou que a possibilidade de manifestantes receberem dinheiro para fazer atos violentos nos protestos faz parte de uma outra investigação que vem sendo desenvolvida pela Polícia Civil do Rio.
“O fato dele eventualmente receber dinheiro para praticar atos ou não, não interfere em nada [no inquérito]. Esta investigação poderá ajudar em outras investigações. O que ele citou de partidos políticos, ou que alguém leva apetrechos explosivos para manifestações, que, eventualmente, ele possa até ter recebido algum tipo de remuneração para praticar atos de vandalismo, isso não interessa aqui para o inquérito. Repito, para o inquérito nada mudou. Tudo permanece como está, com ambos [Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, suspeitos de terem praticado o crime] indiciados por homicídio qualificado, por emprego de artefato explosivo e crime de explosão”, explicou.
Para o delegado, o possível envolvimento dos manifestantes com partidos políticos, conforme tinha denunciado o advogado dos suspeitos, Jonas Tadeu Nunes, não interfere na questão da morte do cinegrafista. “O que não posso, como presidente deste inquérito, é deixar que essas questões interfiram na investigação. Esta investigação não pode ser contaminada por qualquer outra informação. Não posso trazer ingrediente político para cá. Não posso discutir se essas manifestações são patrocinadas, se alguém banca, se alguém tem interesse em quebrar. Eu preciso apenas entregar ao Ministério Público uma investigação de homicídio”, disse.
O delegado explicou, no entanto, que o crime não está em aliciar ou pagar alguém para fazer manifestação, o que para ele pode ser discutido sobre o ponto de vista moral e eleitoral, caso parta mesmo de partidos políticos. O crime, para ele, é se isso acontecer no caso de os manifestantes serem pagos para praticar atos violentos. “O que é crime é pagar para incentivar a violência. Atos de hostilidade, de vandalismo. Isso que é crime, e pode configurar uma organização criminosa. Se tenho alguém que incentiva grupos a praticar um número indeterminado, de forma dividida, com divisão de tarefas ou algum comando, que não precisa ser sofisticado, existe a figura da organização criminosa”, analisou.
fonte: http://www.brasil247.com/+sfqbq