Valério entrega líderes tucanos para escapar de processo no STF
9/11/2012 19:30, Por Redação - do Rio de Janeiro CORREIO DO BRASIL
Os mesmos petardos jurídicos disparados do Supremo Tribunal Federal
(STF) por Joaquim Barbosa, presidente eleito da Corte e relator da Ação
Penal 470, contra os principais líderes do Partido dos Trabalhadores
(PT), partem agora na direção dos envolvidos na origem do escândalo que
recebeu o apelido de ‘mensalão tucano’. O advogado Dino Miraglia, de
Belo Horizonte, procurou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para
pedir proteção à vida dele e de seu cliente, Nilton Antonio Monteiro,
após peticionar ao Supremo para que estabeleça a conexão entre o caso
conhecido como ‘lista de Furnas’ e o ‘mensalão tucano’, iniciado por
Marcos Valério durante o governo do hoje senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG).
Em linha com o estilo do ministro Barbosa de detalhar as peripécias de
Valério e seus cúmplices no ‘mensalão petista’, o caso da ‘lista de
Furnas’, contido no inquérito 3530 do STF, acusa tucanos de alta
plumagem, entre eles Azeredo, Clesio Andrade e Walfrido dos Mares Guia,
de crimes como assassinato, explosões, incêndios, perseguições e até o
suborno de magistrados da própria Corte Suprema. Compra de votos, no
caso, seria o menor dos pecados cometidos pela quadrilha mineira.
Segundo Miraglia, fitas transcritas do depoimento de outro advogado,
Joaquim Engler Filho – então ligado ao PSDB mineiro – ao delegado João
Otacílio Silva Neto, no Departamento Estadual de Operações Especiais da
Polícia Civil de Minas Gerais, em 24 de janeiro de 2008, “comprovam o
esquema montado para abafar o ‘mensalão mineiro”.
Modelo ligada ao Mensalão Tucano pode ter sido morta por 'queima de arquivo'!
– As fitas transcritas com o depoimento de Engler Filho, que integram o
inquérito 3530, denunciam a atuação do grupo político ligado ao PSDB
mineiro e nacional, na tentativa de calar o denunciante do ‘mensalão
tucano’, Nilton Monteiro. Ele foi igualmente responsável por trazer a
público a ‘lista de Furnas’, comprovando o esquema montado por Dimas
Fabiano, ex-dirigente da empresa estatal, para favorecer e financiar
candidatos e campanhas eleitorais do PSDB. Nossa petição foi para que
este inquérito seja juntado à Ação Penal 536, que comprova a ação
ilícita ocorrida em Minas Gerais durante a gestão tucana – afirmou
Miraglia ao Correio do Brasil.
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DINO MIRAGLIA - AP 536 E INQUÉRITO 3530 DEIXAM MINAS GERAIS EM POLVOROSA |
Para o advogado, o acordo de Marcos Valério para obter vantagens
jurídicas com a ‘delação premiada’ não está no âmbito da AP 470, que
julga o ‘mensalão petista’, mas na AP 536, da qual Barbosa também é
relator.
– O Marcos Valério está entregando todo mundo do PSDB. O esquema todo,
para se livrar das penas que deverá receber quando esta ação for
julgada. Quanto ao ‘mensalão petista’ não há mais muito o que fazer, mas
na ação contra os tucanos, ele está contando tudo o que sabe. Minas
está em polvorosa, porque a AP 536, após a juntada do inquérito 3530,
transforma-se em um vendaval, capaz de revelar em detalhes toda a
corrupção e demais crimes cometidos pelo alto escalão da República, na
época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso – relata
Miraglia.
Advogado de Marcos Valério confirma delação de tucanos mineiros
Quanto ao chamado "mensalão mineiro", o andamento do caso está em fase bem mais adiantada do que
se imagina. A etapa das investigações já foi concluída e nela Marcos Valério forneceu todas as
informações , inclusive os nomes dos políticos ligados ao PSDB (deputados e ex-deputados) que
receberam, em contas bancárias pessoais, recursos financeiros para custear as despesas do segundo
turno da tentativa de reeleição do então Governador Eduardo Azeredo, em 1998, tendo entregue as
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MARCOS VALÉRIO E O ADVOGADO MARCELO LEONARDO |
cópias dos depósitos bancários realizados.
É importante saber que o ex-Procurador Geral da República, Dr. Antônio Fernando, ao oferecer denúncia
no caso chamado de "mensalão mineiro" contra Eduardo Azeredo (hoje deputado federal), Clésio
Andrade (hoje Senador) e outras quatorze pessoas, deixou de propor ação penal contra os deputados e
ex-deputados que receberam os valores, porque entendeu, expressamente, que o fato seria apenas crime
eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral – "caixa dois de campanha"), que já estava prescrito. Este
entendimento não foi adotado no oferecimento da denúncia e no julgamento da AP 470.
Sobre o "mensalão mineiro", atualmente, correm três ações penais distintas. Duas no STF, uma contra
Eduardo Azeredo e outra contra Clésio Andrade. A terceira, na qual é acusado Marcos Valério, tramita
perante a 9ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte (Justiça Estadual), contra todos os demais
denunciados que não tem foro por prerrogativa de função, pois neste caso o STF deferiu o pedido de
desmembramento do processo, o que não ocorreu na AP 470. Aquela última ação penal encontra-se na
etapa adiantada destinada a inquirição de testemunhas de defesa. Nela meu único cliente é Marcos
Valério. Não atuo na defesa de qualquer outro acusado em nenhuma destas ações.
Atenciosamente,
Marcelo Leonardo
Lista de Furnas vem a tona novamente e muda rumos do processo que julga o Mensalão Tucano
O inquérito 3530 apura incêndio criminoso e oito tentativas de homicídios contra familiares do denunciante do esquema, Milton Monteiro, que mesmo sem qualquer julgamento ou condenação permaneceu por meses preso, através de um esquema montado para desacreditá-lo perante a opinião pública. Monteiro foi o autor de denúncias envolvendo as principais lideranças do PSDB mineiro e nacional.
Foi com base nas denúncias e documentos apresentados por Monteiro que se iniciaram as investigações que culminaram com o processo do “Mensalão tucano mineiro” e a “Lista de Furnas”. Procedimentos que deveriam já há muito tempo, segundo juristas, andar juntos, pois ambos ocorreram em período eleitoral com o pretexto de financiar campanhas políticas e foram praticadas pelas mesmas pessoas.
Embora a grande imprensa insista em afirmar que Marcos Valério procurou a PGR para denunciar apenas o esquema montado pelo PT, sabe-se que o mesmo, na verdade, pretende evitar o que ocorreu em relação ao processo do Mensalão do PT, onde se propôs a colaborar somente ao final, embora seu advogado Marcelo Leonardo insista na tese que seu cliente foi réu colaborador. Assim como em relação ao Mensalão do PT, Marcos Valério é o pivô do "Mensalão Tucano” e nova condenação seria fatal.
FONTE: http://cidadedeminas.blogspot.com.br/
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