Pedro Dias (PP) é acusado de integrar grupo que desviava verbas públicas.
Assessoria do partido e do governo estadual não quiseram comentar.
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (10) o governador do
Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), durante a Operação Mãos Limpas. O
governador é suspeito de participar de uma organização criminosa
composta por servidores públicos, políticos e empresários que
supostamente praticavam desvio de recursos públicos do Amapá e da União.
O governador foi levado pelos agentes da PF para o quartel do Exército,
em Macapá.
A assessoria do diretório do PP em Macapá confirmou ao G1
a prisão do governador, mas não quis comentar o assunto. A assessoria
de imprensa do governador disse que vai acompanhar o caso e buscar mais
informações sobre os motivos da prisão para poder se pronunciar a
respeito.
Em 2002, Pedro Paulo se elegeu vice-governador na chapa liderada por
Waldez Góes (PDT). Em 2006, foi reeleito como vice. Desde 3 abril de
2010, é governador do Amapá. Ele assumiu após Waldez Góes ter deixado o
cargo para se candidatar ao Senado. Pedro Paulo disputa a reeleição pela
chapa “O trabalho precisa continuar”, composta por PP, PRB, PDT, PSR,
PL, DEM PHS, PCdoB e PTdoB.
O ex-governador do Amapá e atual candidato ao Senado, Waldez Góes,
também foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Mãos Limpas. A
prisão foi confirmada ao G1 pelo advogado dele, César
Caldas. "Ele foi preso, e ainda não temos nenhuma posição oficial a
respeito da prisão", afirmou o advogado.
Operação
Foram mobilizados, segundo a PF, 600 agentes federais para cumprir 18
mandados de prisão temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94
mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
Além do Amapá, os mandados também estão sendo cumpridos no Pará,
Paraíba e São Paulo. Participam da ação 60 servidores da Receita Federal
e 30 da Controladoria Geral da União (CGU).
Segundo a Polícia Federal, as apurações revelaram indícios de um
esquema de desvio de recursos da União que eram repassados à Secretaria
de Educação do Estado do Amapá, provenientes do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).
Foi constatado, de acordo com a PF, que a maioria dos contratos
administrativos firmados pela Secretaria de Educação não respeitavam as
formalidades legais e beneficiavam empresas previamente selecionadas.
Apenas uma empresa de segurança e vigilância privada, segundo a
investigação, manteve contrato emergencial por três anos com a
Secretaria de Educação, com fatura mensal superior a R$ 2,5 milhões, e
com evidências de que parte do valor retornava, sob forma de propina,
aos envolvidos.
Durante a apuração, a PF informou ter constatado que o mesmo esquema
era aplicado em outros órgãos públicos. Foram identificados desvios de
recursos no Tribunal de Contas do Estado do Amapá, na Assembleia
Legislativa, na Prefeitura de Macapá, nas Secretarias de Estado de
Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social,
de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária.
As investigações, que contaram com o auxílio da Receita Federal, da CGU
e do Banco Central (BC), iniciaram-se em agosto de 2009, e se encontram
sob a presidência do STJ.
Os envolvidos estão sendo investigados pelas práticas de crimes de
corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, ocultação
de bens e valores, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico
de influência, formação de quadrilha, entre outros crimes conexos.
FONTE: http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/09/governador-do-amapa-e-preso-em-operacao-da-policia-federal.html
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