Gols fora de casa em todos os jogos da Libertadores, reviravolta após desconfiança na fase de grupos, boa fase de Kardec… É possível eliminar o Atlético Nacional.
– O trabalho psicológico é muito importante para esse jogo: uma equipe que não deixa de acreditar do primeiro ao último minuto.
A frase de Hudson resume qual deve ser a postura do São Paulo contra o
Atlético Nacional. Nesta quarta-feira, às 21h45, no estádio Atanasio
Girardot, em Medellín, o Tricolor tem uma missão complicada: virar o
placar combinado após a derrota por 2 a 0 no jogo de ida, quarta
passada, no Morumbi. Mas o próprio time deu provas recentes de que
acreditar em uma vaga na final não é utopia.
Algumas dessas provas, inclusive, são usadas por integrantes
do departamento de futebol para motivar os atletas. O Tricolor precisa
vencer por três gols, ou por dois, desde que marque ao menos três. Caso
vença por 2 a 0, leva a decisão para as penalidades.
Veja abaixo, torcedor são-paulino, motivos para crer na virada:
De desacreditado à semifinalista

A classificação do São Paulo para as oitavas de final era
improvável para muitos. A derrota por 1 a 0 para o The Strongest, no
Pacaembu, na primeira rodada da fase de grupos, e o empate por 1 a 1 com
o Trujillanos, pior time da chave, na Venezuela, complicaram a
situação. A passagem de fase só veio na rodada final, novamente contra o
The Strongest. O empate por 1 a 1 dramático na altitude de 3.600 metros
de La Paz, com direito a briga generalizada após o apito final, deu
ares mais especiais ao feito da equipe.
Outro exemplo usado internamente no São Paulo é a virada
relâmpago sobre o Figueirense, no dia 28 de novembro de 2015, pelo
Brasileirão. O time perdia por 2 a 1 até os 45 do segundo tempo e
reverteu o placar em quatro minutos, com Alan Kardec e Thiago Mendes. A
vitória foi fundamental para garantir lugar no G-4 e entrar na primeira
fase da Libertadores.
É visitante? Tem gol!
O São Paulo não venceu como visitante na Taça Libertadores.
Mas marcou em todos os jogos fora de casa: César Vallejo, no Peru (1 a
1, Calleri), River Plate, na Argentina (1 a 1, Ganso), Trujillanos, na
Venezuela (1 a 1, Ganso), The Strongest, na Bolívia (1 a 1, Calleri),
Toluca, no México (derrota por 3 a 1, Michel Bastos), e Atlético-MG, em
Belo Horizonte (derrota por 2 a 1, Maicon). Mais do que nunca, o
Tricolor precisará desse retrospecto para balançar a rede e avançar para
a final.
Toca no Kardec…
Calleri é o artilheiro do ano e principal esperança de gols
da torcida, com 15 bolas na rede. Mas aos poucos o são-paulino retoma a
confiança em Alan Kardec. Depois de 17 jogos de jejum, ele quebrou a
marca negativa marcando contra o Fluminense, no dia 29 de junho, e fez
mais dois no último domingo, no 3 a 0 sobre o América-MG (veja no vídeo acima).
A boa fase e a confiança no momento decisivo podem fazer a diferença. A
reviravolta pessoal do centroavante também serve de inspiração para a
equipe. Sua escalação depende de Edgardo Bauza.
A volta de Centurión

Centurión volta na quarta-feira: os são-paulinos poderão se enervar com ele, mas ele poderá ajudar (Foto: Marcos Ribolli)
Calma, são-paulino! É verdade que o pode não ter tanto
apreço pelo argentino, mas o jogo desta quarta exige um atleta com
características de drible. Sem Kelvin, em recuperação de estiramento,
Centurión volta após cumprir suspensão de três jogos pela cusparada nas
oitavas, contra o Toluca, no México, e deve ganhar uma vaga na equipe.
Justamente contra o Toluca, no Morumbi, ele foi titular sob muitas
críticas e fez dois gols na goleada por 4 a 0. Repete a dose agora? A
outra opção com o mesmo estilo é Luiz Araújo, canhoto revelado em Cotia.
A moeda cai de pé!

Lateral Auro postou no Twitter matéria do jornal “A Gazeta Esportiva” sobre a moeda (Foto: Twitter do jogador Auro)
Conhecido por ser o “clube da fé”, o São Paulo tem na
própria história motivos para crer que pode surpreender as expectativas.
Homero Bellintani Filho, conselheiro vitalício do clube que está em
Medellín para o jogo, contou uma delas, a pedido da reportagem.
De 1932 a 1942, Corinthians e Palmeiras (à época Palestra
Itália) polarizavam os títulos estaduais, com exceção ao ano de 1935
(Santos e Portuguesa) e 1936 (Palestra Itália e Portuguesa).
– Naquela época, só dava Palmeiras ou Corinthians no
Campeonato Paulista. Falavam: “Esse ano vai dar Palmeiras ou
Corinthians”. Quando argumentavam sobre o São Paulo ser campeão, diziam:
“Só se a moeda cair em pé”. E o São Paulo foi campeão em 1943. Por isso
ficou conhecido como o “campeonato da moeda em pé” – disse.
O site oficial do Tricolor conta que a frase da moeda teria
sido dita no conselho arbitral para definir o regulamento do Paulistão
de 43. Um dirigente ou repórter teria afirmado que toda a discussão dos
detalhes da competição não seria necessária, pois bastaria jogar uma
moeda ao ar para definir o campeão. Se fosse cara, o Corinthians, e
coroa, o Palmeiras. Ao levantarem o questionamento: “E o São Paulo?”,
foi dada a resposta de autor incerto e que depois virou a marca do
título.
A história foi confirmada pelo presidente Carlos Augusto de
Barros e Silva, o Leco, que chefia a delegação em Medellín. Como não
poderia ser diferente, ele e Homero acreditam no São Paulo contra o
Atlético Nacional.
FONTE: GLOBO ESPORTE
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